Palmeira amiga,
quanto tempo passou desde a última visita que recebeste? Como nos foi possível deixar-te assim, abandonada, sem sequer uma palavra de conforto...
Desculpa...
Prometo que vou tentar vir mais vezes! E dizer ao resto da malta para também passarem por cá...
Se eu não consguir vir até cá, vou ao menos tentar beber uma fresquinha debaixo de ti...
E comentários farás tu, a tudo o que se tem passado na nossa ausência?
Fica bem, Palmeira amiga!
Até breve!
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
segunda-feira, 12 de maio de 2008
Karting e teatro! Ambos muito fixes!
Olá Palmeirinha Amiga,
já à algum tempo que não vinha conversar contigo! E hoje vou ter de ser muito rápido!
Apenas quero comentar contigo a minha enorme felicidade pelo Karting! Foi muito fixe! A maltinha mais fixe ainda! A janta tava óptima, e a noitada regeu-se pelo mesmo diapasão!
Foi muito muito engraçado! Temos verdadeiros "racers" na terrinha! E amigos da terrinha! Como tal, e para que os "bad racers" não fossem tão poucos, eu decidi situar-me nos "bed racers"!!!
Mas não deixei de trazer uma medalhinha!!! lolol
Espero que o diálogo entre a malta volte de novo à ribalta aqui neste espaço! E assim possas saber mais sobre a nossa extraordinária corrida de Karts, seguida duma bela de uma sopa da pedra!!!
E quero também deixar uma palavra de apreço ao "Zezé", que afinal era uma, e a toda a sua equipa, pela maravilhosa representação de "Meu Pé de Laranja Lima"!!!
Pena tive, que pouca gente tivesse a assistir! Foi muito muito giro! Aliás, como tu, Palmeira Amiga, pudeste comprovar!
Um bem hajam muito grande para os "Gambuzinos" da Benedita!
Quem sabe se, retomando uma conversa de outros tempos, se não teria-mos potencial para fazer algo parecido!!! Igual seria difícil, pois Eles estiveram muito bem! E o "Zezé", cinco estrelas mesmo!!!
Perguntem a quem viu!
Beijinhos e abraços para todos!
já à algum tempo que não vinha conversar contigo! E hoje vou ter de ser muito rápido!
Apenas quero comentar contigo a minha enorme felicidade pelo Karting! Foi muito fixe! A maltinha mais fixe ainda! A janta tava óptima, e a noitada regeu-se pelo mesmo diapasão!
Foi muito muito engraçado! Temos verdadeiros "racers" na terrinha! E amigos da terrinha! Como tal, e para que os "bad racers" não fossem tão poucos, eu decidi situar-me nos "bed racers"!!!
Mas não deixei de trazer uma medalhinha!!! lolol
Espero que o diálogo entre a malta volte de novo à ribalta aqui neste espaço! E assim possas saber mais sobre a nossa extraordinária corrida de Karts, seguida duma bela de uma sopa da pedra!!!
E quero também deixar uma palavra de apreço ao "Zezé", que afinal era uma, e a toda a sua equipa, pela maravilhosa representação de "Meu Pé de Laranja Lima"!!!
Pena tive, que pouca gente tivesse a assistir! Foi muito muito giro! Aliás, como tu, Palmeira Amiga, pudeste comprovar!
Um bem hajam muito grande para os "Gambuzinos" da Benedita!
Quem sabe se, retomando uma conversa de outros tempos, se não teria-mos potencial para fazer algo parecido!!! Igual seria difícil, pois Eles estiveram muito bem! E o "Zezé", cinco estrelas mesmo!!!
Perguntem a quem viu!
Beijinhos e abraços para todos!
quarta-feira, 23 de abril de 2008
A Palmeira foi à manicure!
Amiga Palmeira,
Como tens passado?
Foste à manicure, e ninguém comenta o facto...
Eu acho que estás ainda mais bonita! Pronta para os festejos que se aproximam...
Dia 04 de Maio, será o tradicional almoço de sócios da nossas ACDRA!
Mas os grandes festejos serão dias 13, 14 e 15 de Junho!
Mais uma vez vamos fazer os nossos festejos de Verão, que ainda são na Primavera!!!
:)
Esperamos que este ano não chova!!!
Palmeira amiga, tu que estás acima de nós e nos olhas do teu alto, se possível intercede por nós junto de S. Pedro, para que este ano os nossos festejos sejam ainda de maior sucesso que no ano passado!
E o que dizes do novo passatempo da malta???
Passar o tempo, na tua companhia a espetar cavilhas num cepo!!! :)
Beijos e abraços
Como tens passado?
Foste à manicure, e ninguém comenta o facto...
Eu acho que estás ainda mais bonita! Pronta para os festejos que se aproximam...
Dia 04 de Maio, será o tradicional almoço de sócios da nossas ACDRA!
Mas os grandes festejos serão dias 13, 14 e 15 de Junho!
Mais uma vez vamos fazer os nossos festejos de Verão, que ainda são na Primavera!!!
:)
Esperamos que este ano não chova!!!
Palmeira amiga, tu que estás acima de nós e nos olhas do teu alto, se possível intercede por nós junto de S. Pedro, para que este ano os nossos festejos sejam ainda de maior sucesso que no ano passado!
E o que dizes do novo passatempo da malta???
Passar o tempo, na tua companhia a espetar cavilhas num cepo!!! :)
Beijos e abraços
sábado, 15 de março de 2008
Palmeira amiga, também surpreendida?
Amiga Palmeira,
perdoa-me o facto de te estar a incomodar a estas horas, mas a tristeza que me assola neste momento, é demasiada para a suportar sozinho, pois não esperava que a nossa noite terminasse assim... não começou muito bem, mas teve momentos muito bons, mas de repente, a triste surpresa surgiu, parando a música, a dança, e o baile, claro...
Não esperávamos que a noite terminasse tão abruptamente... demasiado cedo... Tenho a sensação que me obrigaram a dobrar os joelhos... contra minha vontade... Pode parecer que esteja a exagerar, mas tu, Palmeira, sabes no fundo que é verdade...
Foi como um murro no estômago... inesperado e violento...
Como uma bofetada dada por quem amamos...
Tiveste concerteza, tal como nós, o prazer de escutar a animação do que foi o baile, enquanto durou... e de repente, parou! Parou! Parou mesmo! Não há mais...
É como tirar um brinquedo a uma criança...
É não mostrar espírito para honrar a nossa terra...
Palmeira Amiga,
dizem que a noite é boa conselheira e acalma... oxalá me acalme o espírito, me dê tranquilidade e me permita voltar a sorrir de novo...
Obrigado por me ouvires...
Um beijo e até mais logo...
perdoa-me o facto de te estar a incomodar a estas horas, mas a tristeza que me assola neste momento, é demasiada para a suportar sozinho, pois não esperava que a nossa noite terminasse assim... não começou muito bem, mas teve momentos muito bons, mas de repente, a triste surpresa surgiu, parando a música, a dança, e o baile, claro...
Não esperávamos que a noite terminasse tão abruptamente... demasiado cedo... Tenho a sensação que me obrigaram a dobrar os joelhos... contra minha vontade... Pode parecer que esteja a exagerar, mas tu, Palmeira, sabes no fundo que é verdade...
Foi como um murro no estômago... inesperado e violento...
Como uma bofetada dada por quem amamos...
Tiveste concerteza, tal como nós, o prazer de escutar a animação do que foi o baile, enquanto durou... e de repente, parou! Parou! Parou mesmo! Não há mais...
É como tirar um brinquedo a uma criança...
É não mostrar espírito para honrar a nossa terra...
Palmeira Amiga,
dizem que a noite é boa conselheira e acalma... oxalá me acalme o espírito, me dê tranquilidade e me permita voltar a sorrir de novo...
Obrigado por me ouvires...
Um beijo e até mais logo...
quinta-feira, 13 de março de 2008
ALGO TERRÍVEL ACONTECEU...
Caros conterrâneos...
algo de muito inesperado aconteceu...
Porque desapareceu o "post" das Tascas?
Quem cometeu hediondo acto? (já me faz lembrar o mistério do banco queimado...)
Como foi possível?
Obra de quem?
Acidente? Negligência? Matreirice? Hum... não percebo o que possa ter sido...
Eu pensava que apenas três pessoas poderia fazer tal coisa... mas não estou a ver nenhuma delas a fazê-lo...
Acho que deve ser investigado, e quiça esclarecido, o porquê de tal acontecimento...
É um assunto urgente...
Muito urgente!
Todos unidos à procura do ladrão!
algo de muito inesperado aconteceu...
Porque desapareceu o "post" das Tascas?
Quem cometeu hediondo acto? (já me faz lembrar o mistério do banco queimado...)
Como foi possível?
Obra de quem?
Acidente? Negligência? Matreirice? Hum... não percebo o que possa ter sido...
Eu pensava que apenas três pessoas poderia fazer tal coisa... mas não estou a ver nenhuma delas a fazê-lo...
Acho que deve ser investigado, e quiça esclarecido, o porquê de tal acontecimento...
É um assunto urgente...
Muito urgente!
Todos unidos à procura do ladrão!
domingo, 9 de março de 2008
Tascas 2008 - O Jantar da Malta!
Cara companheira e amiga Palmeira,
dá Deus nozes a quem não tem dentes! Ditado antigo que se pode aplicar na perfeição! Sei da imensa pena que tens não te ter sido possível acompanhar-nos no Jantar da Malta!
Amigos houve que podiam, e não foram! Não sabem o que perderam!
Adiante, e demos este caso encerrado por aqui!
Uma palavra para descrever, na minha singela opinião, o jantar das Tascas 2008: Fantástico!
Estivemos lá 17! Dezassete Magníficos, que, entre comida, copos e companhia, nos divertimos e realizámos o já tradicional Jantar das Tascas.
Muita gargalhada, muita brincadeira, muita comida e muita sangria!
Eu gostei! Espero que os meus queridos conterrâneos tenham achado o mesmo!
Para finalizar, gostava de deixar aqui uma pequena frase, que na minha opinião vai perdurar na história e deverás, Palmeira amiga, guardar como se tivesses estado presente no belo jantar.
Sei que não importa quem cantou, nem tão pouco para quem foi cantado, e jamais será comentado neste blogue qualquer nome de quem interviu! Portanto, foi de nós, para nós! Ponto!
"Tens a @£#$ murcha! Tens a @£#$ murcha!"
Não pela frase, não pelo canto! Pelo genuíno momento de boa disposição que tal entoação provocou no seio do nosso grupo Magnífico! Tinha de deixar aqui este registo! Não me levem a mal!
Permite-me ainda, Palmeira amiga, que agradeça aos meus caros amigos e conterrâneos, a bela companhia e momentos de puro lazer e descontração que proporcionaram nas Tascas 2008!
Permite ainda, a todos eles, quem esteve presente e quem não esteve, deixar aqui a sua opinião, fazendo deste "Post", um fórum do nosso Jantar Tascas 2008!
Bem hajam a todos!
Eu(lol), Tu, e Eles!




dá Deus nozes a quem não tem dentes! Ditado antigo que se pode aplicar na perfeição! Sei da imensa pena que tens não te ter sido possível acompanhar-nos no Jantar da Malta!
Amigos houve que podiam, e não foram! Não sabem o que perderam!
Adiante, e demos este caso encerrado por aqui!
Uma palavra para descrever, na minha singela opinião, o jantar das Tascas 2008: Fantástico!
Estivemos lá 17! Dezassete Magníficos, que, entre comida, copos e companhia, nos divertimos e realizámos o já tradicional Jantar das Tascas.
Muita gargalhada, muita brincadeira, muita comida e muita sangria!
Eu gostei! Espero que os meus queridos conterrâneos tenham achado o mesmo!
Para finalizar, gostava de deixar aqui uma pequena frase, que na minha opinião vai perdurar na história e deverás, Palmeira amiga, guardar como se tivesses estado presente no belo jantar.
Sei que não importa quem cantou, nem tão pouco para quem foi cantado, e jamais será comentado neste blogue qualquer nome de quem interviu! Portanto, foi de nós, para nós! Ponto!
"Tens a @£#$ murcha! Tens a @£#$ murcha!"
Não pela frase, não pelo canto! Pelo genuíno momento de boa disposição que tal entoação provocou no seio do nosso grupo Magnífico! Tinha de deixar aqui este registo! Não me levem a mal!
Permite-me ainda, Palmeira amiga, que agradeça aos meus caros amigos e conterrâneos, a bela companhia e momentos de puro lazer e descontração que proporcionaram nas Tascas 2008!
Permite ainda, a todos eles, quem esteve presente e quem não esteve, deixar aqui a sua opinião, fazendo deste "Post", um fórum do nosso Jantar Tascas 2008!
Bem hajam a todos!
Eu(lol), Tu, e Eles!
segunda-feira, 3 de março de 2008
O mistério do banco queimado
Esta manhã acordei com um fado da Amália na cabeça, mas a letra parece-me estranha:
Foi no Domingo passado que passei
À casa onde vivia a Palmeirinha,
Mas está tudo tão mudado
Que não vi em nenhum lado
O tal banco qu’era feito de tabuinha
Pensei um pouco e lembrei-me do famigerado banco que foi queimado na fogueira do Natal! Ninguém sabe quem cometeu hediondo crime. Apesar de todas as investigações, de todas as sessões de interrogatório e de meditação debaixo da Palmeira, nunca foi encontrado um culpado. Nem sequer uma ténue pista que possa apontar para o infame criminoso.
Mas acredito que acordar com este fado na cabeça é um sinal. Um sinal de que não devemos esquecer-nos deste episódio do nosso passado comum. Um sinal enviado, com toda a certeza, pela nossa Palmeira. Ela que assistiu ao crime, ela que sabe o que se passou. Ela que sabe até as razões para este crime que tem contornos passionais intensos. A Palmeira nunca nos dirá directamente o que aconteceu, pois isso seria violar o princípio pelo qual sempre se regeu. Escutar tudo, compreender, mas nunca divulgar. Conhecendo-a como conheço, sei bem que nunca seria ela a acusar o criminoso. Até porque ela seguramente compreende bem as razões para este acto.
Cabe-nos a nós, caros amigos, libertar a Palmeira deste peso terrível na consciência. Cabe-nos a nós investigar até às últimas consequências o que se passou. Cabe-nos a nós identificar o meliante. E depois tentar perceber o mote e, quem sabe, perdoar o erro. Mas todos ficaremos mais tranquilos se este mistério se resolver.
Concordam comigo?
Abraços,
Rene
Foi no Domingo passado que passei
À casa onde vivia a Palmeirinha,
Mas está tudo tão mudado
Que não vi em nenhum lado
O tal banco qu’era feito de tabuinha
Pensei um pouco e lembrei-me do famigerado banco que foi queimado na fogueira do Natal! Ninguém sabe quem cometeu hediondo crime. Apesar de todas as investigações, de todas as sessões de interrogatório e de meditação debaixo da Palmeira, nunca foi encontrado um culpado. Nem sequer uma ténue pista que possa apontar para o infame criminoso.
Mas acredito que acordar com este fado na cabeça é um sinal. Um sinal de que não devemos esquecer-nos deste episódio do nosso passado comum. Um sinal enviado, com toda a certeza, pela nossa Palmeira. Ela que assistiu ao crime, ela que sabe o que se passou. Ela que sabe até as razões para este crime que tem contornos passionais intensos. A Palmeira nunca nos dirá directamente o que aconteceu, pois isso seria violar o princípio pelo qual sempre se regeu. Escutar tudo, compreender, mas nunca divulgar. Conhecendo-a como conheço, sei bem que nunca seria ela a acusar o criminoso. Até porque ela seguramente compreende bem as razões para este acto.
Cabe-nos a nós, caros amigos, libertar a Palmeira deste peso terrível na consciência. Cabe-nos a nós investigar até às últimas consequências o que se passou. Cabe-nos a nós identificar o meliante. E depois tentar perceber o mote e, quem sabe, perdoar o erro. Mas todos ficaremos mais tranquilos se este mistério se resolver.
Concordam comigo?
Abraços,
Rene
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Memórias de uma vida
Olá cara amiga. Cá estou de novo. Sempre gostei de estar ao pé de ti. Fazes parte da minha vida. Não sei quando me dei conta de ti pela primeira vez, mas sei que foi ainda durante a minha infância. Mas na altura não te ligava muito. Era criança e depois adolescente e tinha muito em que pensar. Tu eras apenas alguém que sempre aqui estavas.
Foi quando regressei da tropa que passei a dar-te importância. Foi um regresso duro. Não que tivesse estado nas ex-colónias, como mais tarde aconteceu a muitos. Nessa altura o regime ainda não mandava ninguém para as colónias. Não interessava. Eram tesouros reservados a apenas alguns escolhidos, colonos ricos que tinham séquitos sem fim a servi-los. Não, a minha tropa foi muito banal. Dezasseis meses fechado num quartel qualquer. Como a maioria dos meus camaradas, eu era apenas mais um ignorante oriundo de uma aldeola com um nome difícil de pronunciar. Como não sabia escrever, também não sabia pronunciá-lo e por isso em cada repartição a que me dirigia ficava a morar numa aldeia de nome diferente. Alfavés, Afoves, Alfôvas, Alouvés, enfim, todas as variações que as diferentes pronúncias de cada funcionário de repartição conseguiam interpretar.
Dizia-te que foi um regresso difícil, porque vim de longe e não tinha dinheiro. O pouco que nos davam no exército era gasto em copos de três e em cigarros de aspecto e sabor bem pior que os maravilhosos Provisórios e Definitivos que mais tarde apareceram nas tabernas. Como todo o dinheiro era gasto, nunca cá vim durante os dezasseis meses. Por isso o regresso foi tão doloroso. Não foi por ter demorado duas semanas entre quilómetros a pé, dormidas na borda da estrada ou nalgum confortável banco de jardim em alguma cidade que se me atravessou no caminho. Foi difícil porque não sabia quem iria encontrar. Foi difícil porque não sabia se alguém me reconheceria. Afinal tinha saído daqui criança e dezasseis meses depois era uma espécie adulto feito à força. Até já a barba tinha umas manchas mais claras que o desejável, especialmente visíveis por terem estado duas semanas sem ser aparadas.
Depois de subir a ladeira foste primeira pessoa que vi. Sorriste para mim, indicando-me que me reconheceras. Foi algo completamente inesperado. Eu já mal me lembrava de ti mas esse teu sorriso sedutor acordou-me. Fez-me lembrar de tudo o que cá tinha deixado. De todos os que faziam parte da minha vida antes da partida e que eu simplesmente apagara da minha memória em escassos dezasseis meses.
Foi junto a ti que rapidamente soube de tudo o que se passara durante esse tempo. O meu pai, se assim se pode chamar a alguém cujas palavras para mim se resumiram a coisas como “vai trabalhar, malandro”, “faz-te à vida, filho da puta” e “não me chateies os cornos”, o meu pai, dizia, tinha finalmente decidido fugir para parte incerta com uma das mulheres de fora que cá apareciam nas campanhas da apanha da azeitona. A minha mãe, que sempre fora uma desgraçada, morrera três meses antes de eu regressar. Fora encontrada morta em casa, enrolada sobre si própria na sua cama.
Aqui estava eu, sem dinheiro nem família nem amigos. Restavas-me tu, que me sorriste quando cheguei. Restava-me também a casa dos meus pais, perto de ti. E assim víamo-nos todos os dias. Fui conversando contigo toda esta vida. Todos os dias me vias chegar aqui ao largo pelas seis e meia da manhã para ver se arranjava patrão. Na altura da cava da vinha lá me ia safando. Davam-me três réis por dia e ofereciam-me o almoço. Sem ninguém ver, cortava uma fatia de pão duro que, juntamente com meia dúzia de azeitonas e às vezes uma rodela de morcela rançosa, colocava no bolso. Era para o jantar. Às vezes penso que até viam, mas não diziam nada fazendo silenciosamente uma simpatia com esta miserável criatura de Deus. Noutras alturas comia o pouco que as moedas conseguiam comprar. Fazia muitas vezes pequenos trabalhos simplesmente em troca de algo que pudesse trincar.
Os anos foram passando e nunca mulher nenhuma se interessou por mim. O meu aspecto desleixado não ajudava, mas o pior era que todos sabiam que não dava futuro a ninguém. Além disso estava apaixonado por ti. Sempre estive. E tu foste sempre minha amiga, minha confidente. Sabias ouvir-me sem me recriminares. Sempre foste muito boa. É verdade que me fazias a vida negra. Não podia suportar que desses a outros o teu sorriso. Não podia suportar que fosses a confidente íntima de outros. E muitos deles casados e sem vergonha. Por isso por vezes amaldiçoava-te. Tinha-te uma raiva de morte. Mas fazíamos as pazes depressa. Eu não podia viver sem ti. E afinal nunca me tinhas prometido fidelidade. Apenas que sempre aqui estarias para me ouvir.
Continuo a amar-te do fundo do coração. Já não apaixonado porque o coração já não aguenta essas emoções. Continuas a ouvir-me com atenção e paciência. E quanto ela te deve ser necessária quando, com dois copos de vinho a mais, te digo coisas que nunca deveria deixar sair. Mas hoje digo-te tudo. Agradeço-te teres sido a minha única companhia nesta vida solidária. Teres sido a minha única razão de viver. Única. Em conjunto com os copos de vinho mal cheiroso que os gozões me pagam só para me ver a trocar os pés até chegar a casa. Hoje digo-te tudo porque sinto que não mais voltarei a falar contigo. Estou velho. Espanta-me que tu continues com esse ar jovial de cabelos ao vento. Eu estou velho e acabado. Vou finalmente descansar. Vou levar no meu bolso uma semente tua. Quando o caixão apodrecer, nas últimas chuvas de uma Primavera, nascerá o único fruto do nosso amor. Uma linda e frondosa Palmeira!
Rene
(texto ficcional, publicado originalmente no meu blog pessoal)
Foi quando regressei da tropa que passei a dar-te importância. Foi um regresso duro. Não que tivesse estado nas ex-colónias, como mais tarde aconteceu a muitos. Nessa altura o regime ainda não mandava ninguém para as colónias. Não interessava. Eram tesouros reservados a apenas alguns escolhidos, colonos ricos que tinham séquitos sem fim a servi-los. Não, a minha tropa foi muito banal. Dezasseis meses fechado num quartel qualquer. Como a maioria dos meus camaradas, eu era apenas mais um ignorante oriundo de uma aldeola com um nome difícil de pronunciar. Como não sabia escrever, também não sabia pronunciá-lo e por isso em cada repartição a que me dirigia ficava a morar numa aldeia de nome diferente. Alfavés, Afoves, Alfôvas, Alouvés, enfim, todas as variações que as diferentes pronúncias de cada funcionário de repartição conseguiam interpretar.
Dizia-te que foi um regresso difícil, porque vim de longe e não tinha dinheiro. O pouco que nos davam no exército era gasto em copos de três e em cigarros de aspecto e sabor bem pior que os maravilhosos Provisórios e Definitivos que mais tarde apareceram nas tabernas. Como todo o dinheiro era gasto, nunca cá vim durante os dezasseis meses. Por isso o regresso foi tão doloroso. Não foi por ter demorado duas semanas entre quilómetros a pé, dormidas na borda da estrada ou nalgum confortável banco de jardim em alguma cidade que se me atravessou no caminho. Foi difícil porque não sabia quem iria encontrar. Foi difícil porque não sabia se alguém me reconheceria. Afinal tinha saído daqui criança e dezasseis meses depois era uma espécie adulto feito à força. Até já a barba tinha umas manchas mais claras que o desejável, especialmente visíveis por terem estado duas semanas sem ser aparadas.
Depois de subir a ladeira foste primeira pessoa que vi. Sorriste para mim, indicando-me que me reconheceras. Foi algo completamente inesperado. Eu já mal me lembrava de ti mas esse teu sorriso sedutor acordou-me. Fez-me lembrar de tudo o que cá tinha deixado. De todos os que faziam parte da minha vida antes da partida e que eu simplesmente apagara da minha memória em escassos dezasseis meses.
Foi junto a ti que rapidamente soube de tudo o que se passara durante esse tempo. O meu pai, se assim se pode chamar a alguém cujas palavras para mim se resumiram a coisas como “vai trabalhar, malandro”, “faz-te à vida, filho da puta” e “não me chateies os cornos”, o meu pai, dizia, tinha finalmente decidido fugir para parte incerta com uma das mulheres de fora que cá apareciam nas campanhas da apanha da azeitona. A minha mãe, que sempre fora uma desgraçada, morrera três meses antes de eu regressar. Fora encontrada morta em casa, enrolada sobre si própria na sua cama.
Aqui estava eu, sem dinheiro nem família nem amigos. Restavas-me tu, que me sorriste quando cheguei. Restava-me também a casa dos meus pais, perto de ti. E assim víamo-nos todos os dias. Fui conversando contigo toda esta vida. Todos os dias me vias chegar aqui ao largo pelas seis e meia da manhã para ver se arranjava patrão. Na altura da cava da vinha lá me ia safando. Davam-me três réis por dia e ofereciam-me o almoço. Sem ninguém ver, cortava uma fatia de pão duro que, juntamente com meia dúzia de azeitonas e às vezes uma rodela de morcela rançosa, colocava no bolso. Era para o jantar. Às vezes penso que até viam, mas não diziam nada fazendo silenciosamente uma simpatia com esta miserável criatura de Deus. Noutras alturas comia o pouco que as moedas conseguiam comprar. Fazia muitas vezes pequenos trabalhos simplesmente em troca de algo que pudesse trincar.
Os anos foram passando e nunca mulher nenhuma se interessou por mim. O meu aspecto desleixado não ajudava, mas o pior era que todos sabiam que não dava futuro a ninguém. Além disso estava apaixonado por ti. Sempre estive. E tu foste sempre minha amiga, minha confidente. Sabias ouvir-me sem me recriminares. Sempre foste muito boa. É verdade que me fazias a vida negra. Não podia suportar que desses a outros o teu sorriso. Não podia suportar que fosses a confidente íntima de outros. E muitos deles casados e sem vergonha. Por isso por vezes amaldiçoava-te. Tinha-te uma raiva de morte. Mas fazíamos as pazes depressa. Eu não podia viver sem ti. E afinal nunca me tinhas prometido fidelidade. Apenas que sempre aqui estarias para me ouvir.
Continuo a amar-te do fundo do coração. Já não apaixonado porque o coração já não aguenta essas emoções. Continuas a ouvir-me com atenção e paciência. E quanto ela te deve ser necessária quando, com dois copos de vinho a mais, te digo coisas que nunca deveria deixar sair. Mas hoje digo-te tudo. Agradeço-te teres sido a minha única companhia nesta vida solidária. Teres sido a minha única razão de viver. Única. Em conjunto com os copos de vinho mal cheiroso que os gozões me pagam só para me ver a trocar os pés até chegar a casa. Hoje digo-te tudo porque sinto que não mais voltarei a falar contigo. Estou velho. Espanta-me que tu continues com esse ar jovial de cabelos ao vento. Eu estou velho e acabado. Vou finalmente descansar. Vou levar no meu bolso uma semente tua. Quando o caixão apodrecer, nas últimas chuvas de uma Primavera, nascerá o único fruto do nosso amor. Uma linda e frondosa Palmeira!
Rene
(texto ficcional, publicado originalmente no meu blog pessoal)
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
TASCAS 2008 - O Jantar!!! (Pré comments)
Caras e Caros amigos e conterrâneos,
será já no próximo dia 08 de Março que iremos assistir e participar (nem todos, nem todos), a mais um repasto nas tascas!
A espectativa é enorme! A ansiedade aumenta! E e devemos ser uns "vintenta" (pa rimar!)!
Aceitam-se sugestões acerca da tasca para jantar!
Da mesma maneira que se aceitam sugestões para o programa pós janta, entenda-se borga!
Saúdinha para todos!
Vamo-nos vendo por aí... à volta da nossa palmeira!
Leiam, comentem e divulguem!
E quem for que vá dizendo alguma coisa aqui, ou no grupo "ALFOUVEZ" do Hi5, ou a mim ou à Sónia.
Um queijo da serra!
será já no próximo dia 08 de Março que iremos assistir e participar (nem todos, nem todos), a mais um repasto nas tascas!
A espectativa é enorme! A ansiedade aumenta! E e devemos ser uns "vintenta" (pa rimar!)!
Aceitam-se sugestões acerca da tasca para jantar!
Da mesma maneira que se aceitam sugestões para o programa pós janta, entenda-se borga!
Saúdinha para todos!
Vamo-nos vendo por aí... à volta da nossa palmeira!
Leiam, comentem e divulguem!
E quem for que vá dizendo alguma coisa aqui, ou no grupo "ALFOUVEZ" do Hi5, ou a mim ou à Sónia.
Um queijo da serra!
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Alfouvés In The Zone, As crónicas da Palmeira
Arranca hoje o novo blog dedicado a esta terrinha que é Alfouvés.
Normalmente este tipo de blogs começa com uma explicação de onde se encontra o sitio em questão e a explicar que é um sitio maravilhoso por este ou aquele motivo.
Mas como este não pretende ser um blog como todos os outros, por isso não me vou meter nisso, digo só que é no distrito de Santarém e que é um sitio porreiro para se viver. E mais não digo, que é para não atrair muitos turistas para lá, que as estradas n aguentam com o aumento de transito e depois lá se vai o resto do alcatrão.
Agora o nome, Alfouvés In The Zone nem vale a pena explicar basta ler é percebe-se logo :)
As crónicas da Palmeira está relacionado com um dos ícone e centro nevrálgico da aldeia, a Palmeira da Associação!!
Vai ser em terno dessa arvore mítica que se vão centrar muitos do posts aqui publicados. Pois se há boas historias para contar, de certeza que debaixo da Palmeira é o melhor sitio para se saber delas. Se ela falasse de todas as passagens que já ouviu nunca mais parava, porque de facto sai de lá cada alarvidade que contado ninguém acredita, é mesmo ver para crer.
E como as grandes pérolas que por lá passam não podem cair no esquecimento, vou passar a regista-las também aqui neste espaço, As cronicas da Palmeira.
Apesar da terra ser pequena, grandes personagens é o que não falta por lá, portanto uma coisa é certa, material para escrever é coisa que não vai faltar!
Normalmente este tipo de blogs começa com uma explicação de onde se encontra o sitio em questão e a explicar que é um sitio maravilhoso por este ou aquele motivo.
Mas como este não pretende ser um blog como todos os outros, por isso não me vou meter nisso, digo só que é no distrito de Santarém e que é um sitio porreiro para se viver. E mais não digo, que é para não atrair muitos turistas para lá, que as estradas n aguentam com o aumento de transito e depois lá se vai o resto do alcatrão.
Agora o nome, Alfouvés In The Zone nem vale a pena explicar basta ler é percebe-se logo :)
As crónicas da Palmeira está relacionado com um dos ícone e centro nevrálgico da aldeia, a Palmeira da Associação!!
Vai ser em terno dessa arvore mítica que se vão centrar muitos do posts aqui publicados. Pois se há boas historias para contar, de certeza que debaixo da Palmeira é o melhor sitio para se saber delas. Se ela falasse de todas as passagens que já ouviu nunca mais parava, porque de facto sai de lá cada alarvidade que contado ninguém acredita, é mesmo ver para crer.
E como as grandes pérolas que por lá passam não podem cair no esquecimento, vou passar a regista-las também aqui neste espaço, As cronicas da Palmeira.
Apesar da terra ser pequena, grandes personagens é o que não falta por lá, portanto uma coisa é certa, material para escrever é coisa que não vai faltar!
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